11 de outubro de 2012

Café da Manhã

Rosângela é acolhida animosamente na casa de Paloma, na qual ela se senta, mantendo-se bem a vontade. Ela ainda se mantém vestida, enquanto Paloma e Aretha, que ainda estão em casa bem a vontade, completamente nuas, mostrando sua tez negra de ébano, que deixa a Rosângela completamente encabulada. Paloma ainda ofereceu um pouco de café com leite e biscoitos amanteigados para ela, e ela saboreou o café com muita vontade. Ainda foram oferecidos um pouco de damasco e uma torrada com mel, mas Rosângela, desta vez recusou. Enas nada falavam, apenas ficaram tomando o café da manhã num mais completo silêncio, esperando alguém para poder falar, mas elas nadas falam. Rosângela passou um bom tempo reparando nos contornos nus de Paloma e Aretha, o tanto que elas perceberam que estão sendo reparadas. Foi o momento em que os mamilos de Aretha passaram a ficar enrijecidos e sua vagina ainda úmida.

- Achei que ia tirar a roupa! - disse a Paloma - Não quer mesmo ver a sua sobrinha? Sabe muito bem das regras!

- Se não foi você, então quem é que está prendendo a Amanda lá dentro?

- Rô! Se fosse eu, não te acolheria aqui na minha casa, pra tomar um café da manhã.

- Então! Com quem estamos lidando mesmo? Quem é essa tal de Ana Maria?



- Ana Maria é a cabeça, não o coordenador. O coordenador é o marionete da Ana. Não acha estranho ela ter entrado um mês antes da grande crise de 2004, e logo em seguida, sem nenhuma avaliação, ela ganhou uma forte influência na comunidade? Não acha estranho o povo lá da Mantiqueira mineira doido pra pegar ela há anos? Ana tem amantes policiais corruptos e traficantes. Ela só não rodou, porque somos muito procurados e perseguidos.

- Mas que cachorra! Lembro sim do motivo que me afastei de lá. O povo abandonou os ideais, deturparam a nossa ideia.

- Sim. Lembra daquele dia, em que tentamos comprar as fazendas perto da represa da Light?

- Lembro sim! Você fez de tudo para que desistissem da compra dessa tal fazenda.

- Sim. Ali ia ser a nossa nova comunidade. Já tínhamos desistido. Eu acabei melando o projeto, porque eu e minha prima recebemos muitas ameaças dessa sebosa da Ana. Alguns dos amantes dela já bateram na porta dessa casa, quebrando tudo que tem aqui dentro. Ficamos arrasadas. Por muito pouco, não morremos.

- Olha, não quero mais me intrometer na briga de vocês, mas quero que Amanda fique de fora dessa história.

- Sim. Ela vai ficar. Tentei trazer ela pra cá de madrugada e minha prima, que é enfermeira, cuidaria dela aqui nessa casa. Você encontraria ela aqui a essa hora, mas...o coordenador inventou de fazer a assembleia geral.

- Mas que diabos é esse de assembleia geral?

- Vai decidir se ela sairá de lá iniciada ou não. E isso não é bom.

- Por que?

- Como se sabe! Pela norma antiga, ninguém é obrigado a transar. Você pode ser membro da comunidade por anos, sem nunca transar...

- Isso eu sei! - interrompe a Rosângela.

- Então! Ela será forçada a transar com uma pessoa! Nem que ela seja drogada pra isso. Não há senso de respeito ou de civilidade ali dentro. As pessoas deixam de ser humanos para se tornarem animais estupradores. Chegamos a denunciar até às autoridades e eles nada fazem.

- Não é comum aparecerem pessoas nuas fugindo dessa comunidade, andando por Lídice a noite.

- Sim. Quando posso, eu saio à noite e acolho estas pessoas aqui. É muito triste mesmo. Nada pode ser forçado.

Um barulho é ouvido na porta. Um clima de suspense toma conta do local. Paloma corre devagar, andando pela sala, mostrando sua nudez e vai até a porta. Ela olha cuidadosamente pelo olho de gato, dá suspiros de surpresa e diz:

- Eu não acredito!

- Quem é? - replicou Aretha.

- Adivinhe! - disse Paloma.

- Não pode ser a Ana. - disse Aretha!

- Não gente! Calma! É a Paula. - respondeu a Paloma

- Paula? O que ela faz aqui? - retrucou a Rosângela - Eu mandei ela ficar em casa.

- Quer saber? Foi até bom ela vir aqui!

- Por quê? - disse a Rosângela.

- Porque é a melhor amiga da Amanda. Ela tem direito de saber. E tenho planos pra ela.

A porta se abre e Paula saúda a todas, que a mesma responde.

- Puxa, Paloma, como gosta de viver nua!

- Eu não preciso de roupas. Só uso pra frio e nada mais!

- Interessante! Você é uma pessoa feliz.

- Paula, não invente de... - disse Rosângela.

- Deixa ela, tia! Logo vamos criar uma ambiente legal pra ela. A máscara da Ana está prestes a cair.

- O que quis dizer com isso? - disse a Paula.

- Só pra você saber, Paulinha, Amanda está bem, no centro médico da comunidade, só que ela está sendo mantida em cárcere. Se ela tentar resistência, ela será estuprada, o que acho isso revoltante.

- Nossa! Pra que isso?

- É uma longa história. Rosângela sabe muito melhor, não é, Rô?

- Me explique isso, Rosângela.

Paula começa a tirar a roupa devagar, até ficar completamente nua.

- Até você, Paula? - disse a Rosângela.

- Por que? Eu gosto da Paloma. Me conta. Que história é essa.

Paula, já completamente nua, começa a ficar abraçada com Paloma e começa a ouvir a história.

- Bom, vou começar a história! - disse a Rosângela, que também começa a se despir - Tudo começou, quando este lugar ainda era chamado de São João Marcos, em meados do século XIX, quando começou uma comunidade para fugir da opressão da sociedade, da religião, em que praticamos e falamos da sexualidade sem nenhum tabu uns com os outros. Era uma sociedade secreta, justamente pra evitar a opressão da sociedade. Apesar de que muito chamam de pervertidos e tarados, a gente mantinha respeito mútuo e cordial. Estávamos sempre a frente do nosso tempo. Se você ouviu falar de swing, troca de casais, saiba que praticamos isso desde o século XIX, onde isso no Brasil era inexistente, inimaginável. Mas não seguimos a prática unicamente de swing. Não há obrigatoriedade da pessoa ser comprometida, apenas sugerimos que a pessoa seja despida de todos os preconceitos e pudores. Não é obrigado a praticar sexo com ninguém. Criamos uma sociedade alternativa onde não se pode haver tabu. E escolhemos aqui em Lídice, por ser bem isolado e longe do centro de São João Marcos. Mesmo com o fim de São João Marcos, ainda praticamos a nossa filosofia até meados dá década de 1990, quando houve uma crise e jogos de interesses. É aí que entra a Ana, não é Paloma?

- Sim! Exatamente! - disse a Paloma - Para evitar confrontos e mantermos o voto de sigilo, que assumimos desde a fundação, no século XIX, preferimos evitar conflitos, pois isso chamaria muita atenção da mídia. E é isso que queríamos evitar: a mídia, a imprensa, o máximo possível. É por isso que criamos outro núcleo em Minas Gerais! Por isso que Ana se aproveitou disso, para dominar tudo. Ela tem grandes influências, tem uma ótima lábia e tem um grande dom de convencer as pessoas. É um tipo de pessoa que temos medo.

- E a Amanda? - disse a Paula - O que Amanda tem a ver com isso?

- Bom, queremos chegar nesse ponto! - disse a Rosângela - Quando vocês pegaram a trilha para descobrir a comunidade, Amanda se perdeu na selva e foi encontrada no meio da selva, pelos lacaios da Ana, onde ela está até agora sob sua custódia.

- E por que não chamaram a polícia? - disse a Paula - Por que não colocaram essa mulher na cadeia.

- Porque é perigoso demais! - respondeu Paloma - Os tentáculos daquela mulher chegaram na polícia. Eu registrei a queixa, antes de vocês chegarem aqui em Lídice. Seguimos vocês nessa trilha, como forma de evitar que vocês cheguem lá, mas isso não aconteceu. Estão pensando em capturar ela e os seus comparsas  essa semana, e colocar de volta ao nosso lugar.

- Nossa, gente! Que história triste! - disse a Paula - Praticamente acabou a comunidade, junto com essa cidade de São João Marcos.

- Bom! Pra falar verdade, vivemos exilados em Minas. - respondeu a Aretha.

- Mas de alguma forma, isso acabou! - disse a Paloma - Desculpe ser pessimista, mas isso é muito triste por conta de jogo de interesses.

- Mas vai renascer! Tenha fé! E isso vai acontecer logo! - disse a Paloma.

- Eu espero que sim! - disse a Paula - Posso fazer algo pra ajudar?

- No momento nada! - disse Paloma - Só nos ajude a tirar a Amanda do meio disso tudo!

- Entendi! - disse a Paula.

- Então, vamos tomar um pouco de café da manhã? - disse Paloma - Depois dessa, precisamos estar reforçadas.

- Nossa! Eu aceito! Tou com um pouco de fome! Quando vamos pra comunidade?

- Daqui a pouco! - disse a Paloma - Mas como você não é membra, Paula, vou dizer que você é da comunidade lá de Minas.

- Tudo bem!

Paula começa a cair dentro no café da manhã, mas ela mostra ainda mais o interesse por Paloma, chegando a ficar completamente excitada, e deixando seus seios bastante enrijecidos. Era um clima de tensão, no momento e Paula não se mostrava afim, mas Paloma acariciava o seu corpo, como forma de aliviar a tensão.

- Pensando em aliviar tensão Paula? - disse a Rosângela.

- Vamos sim! Por que não! - disse a Paula.

- Essa é a minha menina! - respondeu a Paloma - Vamos começar! 

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